Ana era
uma dona de casa dedicada, acostumada com sua vida monótona e simples, fazendo
sempre as mesmas coisas durante o dia, tudo em prol de seu marido e filho.
Certo dia, como de costume Ana vai
fazer compras, tomando na volta um bonde.
A moça se senta ao lado da janela e
em uma das paradas vê um homem cego mascando chicletes em perfeita
despreocupação, como se nada mais importasse a não ser aquele momento.
Ana olha fixamente o cego,
observando que enquanto masca o chiclete, sorri, mostrando ser feliz somente
por estar ali. Essa atitude incomoda Ana, pois não vê a mesma simples
felicidade em sua vida, o que a faz refletir sobre suas atitudes.
É por estar em enorme êxtase
que Ana não percebe o bonde arrancar, deixando sua sacola de tricô cair no
chão, quebrando os ovos que representam sua felicidade frágil. A moça não sabe
o que fazer e recolhe tudo do chão após um grito de desabafo que surpreende a
todos do bonde.
Desnorteada, Ana passa do ponto em
que deveria descer, desembarcando no Jardim Botânico, onde fica por horas
sozinha, ensimesmada, observando a simplicidade da vida á sua volta.
Após tal fato, Ana volta para sua
casa e prepara o jantar como de costume, porém, está mais carente e frágil e
ainda sem total controle de seus atos.
Por perceber que sua esposa não
está bem, o marido de Ana a abraça e afasta-a do "medo de viver" que
a aflige.
Atividade proposta pela professora Ilvanita, de Língua Portuguesa, que nos orientou a ler contos psicológicos da autora Clarice Lispector, para aprofundamento no gênero.
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