sexta-feira, 5 de abril de 2013

CONTO AMOR - CLARICE LISPECTOR


Ana era uma dona de casa dedicada, acostumada com sua vida monótona e simples, fazendo sempre as mesmas coisas durante o dia, tudo em prol de seu marido e filho.
Certo dia, como de costume Ana vai fazer compras, tomando na volta um bonde.
A moça se senta ao lado da janela e em uma das paradas vê um homem cego mascando chicletes em perfeita despreocupação, como se nada mais importasse a não ser aquele momento. 
Ana olha fixamente o cego, observando que enquanto masca o chiclete, sorri, mostrando ser feliz somente por estar ali. Essa atitude incomoda Ana, pois não vê a mesma simples felicidade em sua vida, o que a faz refletir sobre suas atitudes. 
É por estar em enorme êxtase que Ana não percebe o bonde arrancar, deixando sua sacola de tricô cair no chão, quebrando os ovos que representam sua felicidade frágil. A moça não sabe o que fazer e recolhe tudo do chão após um grito de desabafo que surpreende a todos do bonde.
Desnorteada, Ana passa do ponto em que deveria descer, desembarcando no Jardim Botânico, onde fica por horas sozinha, ensimesmada, observando a simplicidade da vida á sua volta.
Após tal fato, Ana volta para sua casa e prepara o jantar como de costume, porém, está mais carente e frágil e ainda sem total controle de seus atos.
Por perceber que sua esposa não está bem, o marido de Ana a abraça e afasta-a do "medo de viver" que a aflige.


Atividade proposta pela professora Ilvanita, de Língua Portuguesa, que nos orientou a ler contos psicológicos da autora Clarice Lispector, para aprofundamento no gênero.

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